Um dia destes, ao folhear um livro escolar do “meu tempo”, não consegui evitar um sorriso ao ler, na primeira página e escrito à mão com caligrafia cuidada, o seguinte verso:
"Se este livro for perdido,
E por acaso for achado,
Para ser bem conhecido,
Leva o meu nome assinado"
Ocorreu-me então a referência que J. Leite de Vasconcelos fez a este costume publicada na Revista Lusitana, vol. VI, 1900-1901 a pag. 243, com o título:
E por acaso for achado,
Para ser bem conhecido,
Leva o meu nome assinado"
Ocorreu-me então a referência que J. Leite de Vasconcelos fez a este costume publicada na Revista Lusitana, vol. VI, 1900-1901 a pag. 243, com o título:
“Para os livros não se perderem"
"É costume escrever à mão nos livros uns versos no teor dos seguintes, que encontrei em Lisboa numa miscellania do anno de 1804, e que aqui copio corrigindo a orthographia:
Se este livro for achado,
Quando venha a ser perdido,
Para ser bem conhecido,
Leva seu dono assignado;
E se acaso for emprestado,
Por algum conhecimento,
Dei-se-lhe bom tratamento,
Para que não venha a ser,
Livro do esquecimento.”
E concluía:
“Este costume, que nem é só nosso, nem é moderno, está porém hoje em decadência, e em regra limitado às crianças e ao povo.”
Se este livro for achado,
Quando venha a ser perdido,
Para ser bem conhecido,
Leva seu dono assignado;
E se acaso for emprestado,
Por algum conhecimento,
Dei-se-lhe bom tratamento,
Para que não venha a ser,
Livro do esquecimento.”
E concluía:
“Este costume, que nem é só nosso, nem é moderno, está porém hoje em decadência, e em regra limitado às crianças e ao povo.”
Esta sentença preconizada por Leite de Vasconcelos não teve, porém, aplicação imediata aqui nas "ilhas" pois que, decorridos cerca de sessenta anos, ainda era praticada.
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