quarta-feira, 31 de março de 2010

DITADOS DE ABRIL

No princípio ou no fim
Abril só ser ruim

Abril frio:
Muito pão
Pouco vinho

Frio de Abril
Nas pedras vai ferir.

Altas ou baixas
Em Abril vêm as Páscoas

Não é cada dia
Páscoa nem vindima

Não há Entrudo sem lua nova
Nem Páscoa sem lua cheia

Em Abril
Guarda o gado
E vai onde tens de ir

O TEMPO

PREVISÕES DO TEMPO

No tempo em que não havia rádio, televisão, serviços de metereologia e de protecção civil; em que a palavra "windguru" poderia ser ofensiva; em que o meu irmão Eduardo ainda nem sonhava com o projecto "climaat" nas suas brincadeiras de cientista; em que o "tempo" era assim porque Deus o mandava e era preciso não O ofender para não vir castigo; em que era natural chover no inverno e fazer sol no verão; nesse tempo o "tempo" era previsível de forma individual.

Aqueles que podiam, faziam-no pelo barómetro aneróide:

Abaixo de 736 milímetros: tempestade; de 736 a 745 milímetros: muita chuva; de 745 a 754 milímetros: chuva ou vento; de 754 a 763 milímetros: variável; de 763 a 772 milímetros: bom tempo; de 772 para cima: muito bom e seco

N, B. — A numeração nos mostradoras dos aneróides vem marcada em centímetros: assim é que 76 = 760 milímetros. Devem ser regulados de tempos a tempos por um de Tortin, para o que têm um parafuso especial. Se o ponteiro sobe ou desce lentamente, indica que mudança do tempo será durável e que será de pouca duração no caso de saltos bruscos.

Os outros pelo estado do céu


- Céu azul-claro e brilhante indica bom tempo.
- Amarelo ao pôr-do-sol anuncia chuva.
- Nuvens cor-de-rosa ou céu brumoso ao nascer do Sol, anunciam bom tempo.
- Nuvens vermelhas de madrugada, amarelas e brilhantes ao ocaso indicam vento ou chuva.
- Os “cirrus”, anunciam e precedem a mudança de tempo.Se são muitos e se duram por alguns dias os “cirrus” produzem borrasca.
- Os “cúmulos” permanecendo todo o dia, indicam chuva ou tempestade.
- Os “cúmulos-stractos”, a oeste no horizonte, quando o céu está encoberto, produzem bom tempo.
- Os“nimbos” indicam chuva.
- Nevoeiro sombrio anuncia chuva; nevoeiro transparente revela bom tempo.

Outros tempos!

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sexta-feira, 26 de março de 2010

O CASAMENTO DA FILHA DA GALINHA

LENGALENGA



Diz o galo
para a galinha:
-Vamos casar
A nossa filhinha

- A nossa filhinha
casada está
o enxoval
de onde virá?

Diz a aranha,
qua está no aranhal,
que está pronta
para dar o enxoval

- O enxoval
já nós temos cá;
o padrinho
de onde virá?

Diz o rato,
que está no buraquinho,
que está pronto
para ser o padrinho,

- O padrinho
já nós temos cá;
a madrinha
de onde virá?

Diz a cabra,
que estava na vinha
que está pronta
para ser a madrinha.

- A madrinha
já nós temos cá
a dançarina
de onde virá?

Diz a mosca,
que anda no ar,
que está pronta
para dançar.

- A dançarina
já nós temos cá;
o gaiteiro
de onde virá?

Diz o burro,
que está no palheiro,
que está pronto
para ser o gaiteiro

- O gaiteiro
Já nós temos cá;
o casamento
vai-se fazer já.

quarta-feira, 17 de março de 2010

... MAS QUE AS HÁ, HÁ!

As feiticeiras, crê o povo, celebram as suas reuniões nocturnas em numerosos sí­tios de S. Miguel e pretende que esses sítios se reconhe­cem ao longe pelas mui­tas luzinhas que lá brilham na escuridão da noite, assim como pelas risadas estri­dentes das feiticeiras. Atribui-lhe todo o género de prodígios, inclusivamente a faculdade de ir á China e voltar em um barco de pes­ca entre a meia-noite e a madrugada do dia seguinte.
Em questões de amor, por exemplo, as suas façanhas são frequentes. Eis uma delas contada por uma ra­pariga dos Mosteiros que declarou conhecer muito bem as pessoas que inter­vieram no seguinte drama, do qual a feiticeira saiu “codilhada”.
A filha de certa mulher, muito sabida em artes de feitiçaria, namorava um ra­paz do sítio, que se demo­rava em pedi-la em casa­mento. A mãe para obrigá-lo a declarar-se, procedeu do seguinte modo: fez um bolo de massa sovada acabando de amassa-lo sobre o peito desnudado da filha. Uma vez cozido, a rapariga ofereceu ao seu conversado uma fatia do bolo, mas este, em vez de a comer, guar­dou-a no bolso porque an­dava desconfiado da malí­cia da feiticeira; ao chegar a casa deu-a a comer ao seu burro. O animal logo se mostrou agitadíssimo, re­bentou o cabresto e fugiu á desfilada em direcção da casa da rapariga, começan­do a zurrar desesperadamente diante da sua janela, com tal violência que alvoro­çou a vizinhança. O desgra­çado animal estava doida­mente apaixonado.
O rapaz, feliz de ter esca­pado á manobra desleal da feiticeira, exclamava para a mãe e para a filha: «Era assim que vocês me que­riam ver!
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DIA DE CHUVA DIA DE PANCADAS

Era quase sempre assim.
Nas casas pequenas da minha criação, quando chovia, era inevitável andarmos "enriçados" debaixo dos pés dos adultos que, na rotina da faina doméstica, nos "enchotavam" para um canto qualquer.
Em cima da cama, de onde não saíamos, no "estrado" ou simplesmente em cima de uma "caixa"era aí que passávamos quase todo o dia reinventando jogos e brincadeiras que acabavam, invariavelmente, em palmadas distribuídas carinhosamente de forma justa e equitativa por todos.
De pernas "encruzadas", sentados em roda, sempre com grande algazarra, era escolhido um jogo qualquer, numa sequência aleatória, que se repetiria durante todo o dia e em todos os dias de chuva.
Bem podia ser o "lagarto pintado".
Com as mãos colocadas sobre os joelhos esperávamos a sentença da sorte que nos caberia após a recitação lenta

Lagarto pintado
quem te pintou
foi uma velha
que por aqui passou
no tempo da eira
fazia poeira
puxa lagarto
p'la ponta da orelha

em que a cada estrofe nos era apontado o dedo indicador do mandante.
Depois de cada um ter sido sentenciado com a última estrofe ficávamos todos agarrados às orelhas uns dos outros e, enquanto em uníssono gritávamos a lenga-lenga, puxávamos com quanta força tínhamos pelas orelhas dos parceiros do lado.
O resultado era sempre o mesmo: acabávamos com as orelhas roxas e em grandes discussões que eram serenadas com umas pancadas a fazer jus à chuva que caía lá fora.
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segunda-feira, 15 de março de 2010

"ANGRA JÓIA DO MUNDO" JÁ TEM MARCHA


Já está escolhida a "marcha oficial" das Sanjoaninas 2010 "Angra Jóia do Mundo".

Pelo segundo ano consecutivo, e após concurso público, foi vencedora a letra da autoria do "Xico Batata", meu prticular amigo e cúmplice de muitas (an)danças.

Aqui vai:

ANGRA JÓIA DO MUNDO

Angra menina vaidosa
É tão belo o teu trajar
És uma jóia preciosa
Vestida de rendas de mar
Tua baía visitada
Outrora por muitos veleiros
Cidade pelo mundo amada
Foste ventre de marinheiros

Tuas ruas são colares
Realçam teu corpo bem feito
As tuas casas seculares
São jóias feitas a preceito
No mundo tens diamantes
Levaram de ti a ternura
Bem hajam os teus emigrantes
Espalhando a tua cultura

São João é o primeiro
A saltar alegre e contente
O poeta vem a terreiro
E dá-lhe a marcha de presente
Marcha descendo a calçada
Dançando marés de alegria
Angra donzela mimada
Por versos dizendo poesia

REFRÃO

Angra partilha
A sua paixão
Abraçando a ilha
No seu São João
Pela minha cidade
Sinto amor profundo
És minha vaidade
És jóia do mundo

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HOJE É DIA DE PEDRO FRANCISCO

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Em 24 de Fevereiro de 1973 o Senado dos Estados Unidos da América aprovou uma resolução declarando o 15 de Março de cada ano como o dia de recordar um dos grandes heróis da Guerra da Independência Norte Americana: hoje é o dia de Peter Francisco.