sexta-feira, 25 de junho de 2010

MINHA JÓIA DE VIOLA

A marcha do Grupo de Baile da Canção Regional Terceirense saiu à rua na grande noite de S. João da cidade de Angra do Heroísmo.
Perante milhares de pessoas que enchiam literalmente as principais ruas da cidade património, a marcha "Minha Jóia de Viola", com cerca de 100 participantes e com acompanhamento musical da Filarmónica da Associação Cultural do Porto Judeu, desfilou e encantou, tendo recebido fortes e entusiásticos aplausos.
Mais uma louvável iniciativa que vem enriquecer o já valioso currículo do mais antigo grupo de folclore da ilha Terceira

sábado, 19 de junho de 2010

ANGRA JÓIA DO MUNDO

A fazer jus ao ditado "de poeta e de louco..."


Relicário com ametista
Meu pingente de opala
És cruz de pôr ao peito
Diadema de esmeralda

Minha medalha de âmbar
Meu bracelete de turquesa
Pulseira de jade e jaspe
És grinalda de princesa

És meu brinco de orelha
Pérola do meu colar
És a pedra que enfeita
O meu anel de noivar

És botão do meu punho
És fio de ouro e prata
És rubi do meu relógio
Meu alfinete de gravata

És capa real ornada
Com pedras de azeviche
És coroa de imperador
Ceptro de imperatriz

Tuas ruas são safiras
Tuas casas são brilhantes
Teus monumentos topázios
Tuas gentes diamantes

Ó Angra, és uma jóia
Que trago na minha mão
Para dar a toda a gente
Em noite de S. João

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A NOSSA MARCHA É LINDA!

O Grupo de Baile da Canção Regional Terceirense organizou uma marcha de S. João para desfilar nas festas de Angra do Heroísmo deste ano. E, tal como hà 2 anos, com letra de Xico Batata e música de Jão Carocho.
Mais uma vez o "nosso" poeta teve o condão de construir uma letra com várias alusões às "modas" do folclore terceirense que constituem o "baile direito" e, como corolário e em perfeita consonância com o tema das festas, eleva a "VIOLA DA TERCEIRA" a "JÓIA DO MUNDO".

Aqui vai a letra

Refrão

Angra que brilha
marchando a compasso
a gente da ilha
vem ao teu regaço
as nossas cantigas
que são tradição
são joías antigas
do teu S. João

A dançar a "doce esperança"
Nos "braços" da maré cheia
Trazemos a nossa herança
Onde a história se passeia
"S. Macaio" naufragou
Pelos "mares" do "meu bem"
Só a "saudade" ficou
Nestes "bravos" de ninguém

O nosso "baile direito"
Dançado em chão de poesia
E o cantador a seu jeito
Vai rimando a nostalgia
Tocada à luz da fogueira
Com sentimento profundo
A "viola da Terceira"
É também joía do mundo

Para os mais distraídos o Xico Batata foi, pelo segundo ano consecutivo, o vencedor do concurso da marcha oficial das Sanjoaninas.

.

terça-feira, 15 de junho de 2010

FESTAS "BATISTINAS"


Eis que estão de volta as "sanjoaninas". As maiores festas profanas dos açores, como fazem gala de propagandear os mais "terceiristas" e mentores do permanente despique entre as ilhas. Uma tradição secular a fazer fé em crónicas e relatos antigos. Certamente com outra dimensão e outro espírito mas, sempre que necessário, interrompidas pelas circunstâncias.

Um passeio a meados do século passado, pela pena de Armando Ávila, dá-nos conta de algumas curiosidades interessantes sobre esta festa que, quanto a nós, já conheceu dias melhores.

Venham daí:

"As Festas de S. João tiveram fama, e, durante anos, marca­ram pelo seu brilhan­tismo. Eram anuncia­das em bandos, que percorriam as ruas principais, parando nos largos e centros das localidades.
Além dos banhos milagrosos, fogueiras, perfumes, canções, romarias, preces e sortilégios, com que o povo costu­mava comemorar estas datas, tanto em Angra como na Vila da Praia realizavam-se as festas “batistinas” com a mesma pompa.
Em praças improvisadas, nos largos mais cen­trais das localidades, realizavam-se as “cavalhadas”, as justas, os torneios, os jogos e as danças variadas e caprichosas, e as touradas, em que se chegaram a matar touros, segundo o uso de Espanha, talvez por influência da dominação filipina, que nos alvores do século XVII exerceu natural predomínio nos cos­tumes portugueses.
Para as festas de carácter religioso se edificou, na esquina da Rua de S. João, no prédio onde hoje existe a firma Vidal & C.a, Sues., uma pequena ca­pela, devotada ao venerando patrono dos fidalgos portugueses, S. João Baptista, por iniciativa de João Vieira, o Velho, ao tempo presidente do Senado Terceirense.
"Demorando um primeiro andar “sobradado”—diz o historiador Pinheiro Chagas, — era esta capela de­vassada da porta da rua, a que passou a dar-se o nome do santo, por um arco de volta inteira, enquanto que pela banda da Rua da Sé, (hoje Rua da República), era vista por outro arco de iguais di­mensões. De ambas as ruas, pois, se observava o altar, que se erguia no fundo, ou ponto mais orien­tal deste pequenino edifício religioso, onde por alguns séculos tão festejado foi o filho do incrédulo Zacarias, o preclaro precursor do Divino "Agnus Dei,,.
Tão aparatosas se faziam as festas “batistinas” na Ilha Terceira, que o jornal de Lisboa, A Nação, de 5 de Janeiro de 1681, se lhe referiu nestes termos:
"Admiraram-se os forasteiros que então se acha­vam em Angra, em tal forma, que disseram a voz pública que não poderia ser crido em parte nenhuma do mundo a muita riqueza que possuía em si a ci­dade de Angra; e não faltavam alguns que foram de opinião se não havia mostrar aqueles tão grandes cabedais com tanta publicidade em terra onde resi­diam moradores tantos estrangeiros de várias e di­versas nações e ainda em tempos de inimigos tão poderosos como eram os castelhanos,,.
Embora com menor número de diversões — entre as quais avultava a espera de gado bravo que atravessava as ruas da cidade – ainda há poucos anos se realizavam em Angra, as Festas de S. João.
Acabaram, infelizmente, por desaparecer, sendo de esperar que venham a reviver, ainda este ano."

Boas festas!
.