Em 1899, na cidade de Paris, foi criada a Associação Internacional de Folcloristas. A novel associação tinha como principal objectivo a “recolha da música popular de todos os países civilizados”. Foi seu fundador e principal entusiasta, nem mais nem menos, o açoriano jorgense Francisco Lacerda.
Francisco Inácio da Silveira de Sousa Pereira Forjaz de Lacerda nasceu na Ilha de São Jorge, Açores, 1869 e faleceu em Lisboa a 18 de Julho de 1934). Frequentou o Liceu de Angra do Heroísmo e o do Porto tendo acabado por se fixar em Lisboa onde se matriculou no Conservatório Nacional. Em 1895 parte para Paris como bolseiro do Estado. Passa pelo Conservatório, trabalha com Pessard (harmonia), Bourgault-Ducoudray (história da música), Liber (contraponto) e Widor (contraponto e orgão). Em 1897 dá-se o importante ingresso na Schola Cantorum, o que significa o prosseguimento dos estudos de composição com Vincent d'Indy, e de orgão com Guilmant. Descobrindo no discípulo excepcionais qualidades de maestro, Vincent d'Indy escolhe-o para seu substituto na classe de orquestra.
Depois de uma estada nos Açores, onde faz as primeiras recolhas folclóricas, Francisco de Lacerda volta para a capital francesa, em 1900. Membro do júri da Exposição Universal, colabora com Ressano Garcia, comissário régio, e António Arroio, delegado do Ministério do Fomento, na organização da representação portuguesa. Em 1904 foi nomeado Director dos Concertos do Casino de La Baule. Em 1905 funda a Associação dos Concertos históricos de Nantes, que dirige até 1908. Em 1912-1913 dirige os Grandes Concertos Clássicos de Marselha, cargo que torna a exercer de 1925 a1928. O período de1913 a 1921 é passado principalmente nos Açores onde continua os seus estudos de folclore e se dedica à composição. Em 1921 fixa-se em Lisboa, onde funda a Filarmonia de Lisboa com a qual realiza concertos memoráveis no Teatro de São Carlos e também no Teatro de São João no Porto. No entanto o clima político da época não é propício e a breve trecho é sustida a acção da Filarmonia, mesmo contra o protesto de personalidades como: António Sérgio, António Arroio, Raul Brandão, Raul Proença, Columbano, Oliveira Ramos, Lopes Vieira, Malheiro Dias, Aquilino Ribeiro, Eugénio de Castro, Reinaldo dos Antos, Pulido Valente e Trindade Coelho, que subscrevem o manifesto, de solidariedade para com o músico, intitulado “Um Crime”. Desgostoso Lacerda parte para França tendo aí continuado a sua actividade de regente em Paris, Nantes, Toulouse, Angers e, sobretudo, Marselha. Em 1928, doente, abandona Marselha e regressa a Lisboa. Prossegue o seu trabalho de folclorista e de investigador da música popular portuguesa. O legado de Francisco Lacerda inclui os quadros sinfónicos “Almourol” e “Álcacer”, música de cena para “A Intrusa”, de Maeterlink, música de bailados, peças para órgão, piano, guitarra, prelúdios para trio e quarteto de cordas, além de uma série de “ Trovas” para voz e piano, entre outras.
Depois de uma estada nos Açores, onde faz as primeiras recolhas folclóricas, Francisco de Lacerda volta para a capital francesa, em 1900. Membro do júri da Exposição Universal, colabora com Ressano Garcia, comissário régio, e António Arroio, delegado do Ministério do Fomento, na organização da representação portuguesa. Em 1904 foi nomeado Director dos Concertos do Casino de La Baule. Em 1905 funda a Associação dos Concertos históricos de Nantes, que dirige até 1908. Em 1912-1913 dirige os Grandes Concertos Clássicos de Marselha, cargo que torna a exercer de 1925 a1928. O período de1913 a 1921 é passado principalmente nos Açores onde continua os seus estudos de folclore e se dedica à composição. Em 1921 fixa-se em Lisboa, onde funda a Filarmonia de Lisboa com a qual realiza concertos memoráveis no Teatro de São Carlos e também no Teatro de São João no Porto. No entanto o clima político da época não é propício e a breve trecho é sustida a acção da Filarmonia, mesmo contra o protesto de personalidades como: António Sérgio, António Arroio, Raul Brandão, Raul Proença, Columbano, Oliveira Ramos, Lopes Vieira, Malheiro Dias, Aquilino Ribeiro, Eugénio de Castro, Reinaldo dos Antos, Pulido Valente e Trindade Coelho, que subscrevem o manifesto, de solidariedade para com o músico, intitulado “Um Crime”. Desgostoso Lacerda parte para França tendo aí continuado a sua actividade de regente em Paris, Nantes, Toulouse, Angers e, sobretudo, Marselha. Em 1928, doente, abandona Marselha e regressa a Lisboa. Prossegue o seu trabalho de folclorista e de investigador da música popular portuguesa. O legado de Francisco Lacerda inclui os quadros sinfónicos “Almourol” e “Álcacer”, música de cena para “A Intrusa”, de Maeterlink, música de bailados, peças para órgão, piano, guitarra, prelúdios para trio e quarteto de cordas, além de uma série de “ Trovas” para voz e piano, entre outras.
2 comentários:
que homem fascinante!
o facto de ter estado na Exposição Universal em Paris, e no ano de 1900 em particular, na qual marcou presença o igualmente fascinante Gustave Moreau, e ainda por cima como membro de júri é assombroso.
uma grande amiga minha pensa que, apesar do mundo ser todo lindo, a terra cria raízes e agarra as pessoas.e o folclore?explica as raízes?enquadra-nos na terra?explica-nos?porque voltamos sempre para o folclore como Lacerda?
o início do século passado e finais do século XIX...(suspiro) "quem pudesse" viajar no tempo e passar umas férias nesses tempos passados...
corrijo-me:lembro-me de ver quadros do Gustave Moreau, que estiveram expostos na Exposição Universal de 1900, não sei se Moreau esteve de facto lá. Apenas sei que gostaria de ter estado ;)
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