quinta-feira, 24 de abril de 2008

EM MEMÓRIA DO TOIRO E DO PASTOR




Entre o Pico Redondo e os Cinco Picos à entrada da Serra do Cume, dois sítios separados por cerca de 10 Km da recta da Achada, eu conheci, pelo menos, 4 destas fálicas construções, das quais apenas uma resistiu à devastação da modernidade. Nunca tive a certeza da sua real finalidade pelo que mantenho como segura a explicação dada por meu pai quando eu tinha os meus seis ou sete anos: "são abrigos para os pastores se protegerem do gado bravo". Por essa altura a Achada era um sítio inóspito, e longinquo onde só os bravos se atreviam. As pastagens que a ladeavam eram o habitat do gado bravo, paixão ancestral do nosso povo. É pois bem possível que houvesse a necessidade de criar sítios seguros, não fosse alguém dar de caras com um toiro tresmalhado ou uma vaca brava fugida da manada. Se esta sólida e estranha construção foi concebida com esse objectivo então estamos perante um verdadeiro - talvez o último - testemunho da história da criação de gado bravo na Ilha Terceira. Mas mesmo que tenha sido outra a sua finalidade não temos dúvida em afirmar que estamos perante um monumento popular único que urge estudar e preservar. Em memória do Toiro e do Pastor.

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