Teve lugar no passado dia 18 de Agosto o espectáculo de encerramento do maior Festival de Folclore dos Açores, organizado pelo COFIT – Comité Organizador de Festivais da Ilha Terceira. A Praça Velha, cenário escolhido pelo terceiro ano consecutivo pela actual estrutura directiva do Festival, encheu-se de gente - mais de 1500 pessoas no dizer dos seus responsáveis - que, numa demonstração de apetência para este tipo de eventos, não regateou aplausos aos doze Grupos participantes.
Depois de alguns anos mais ou menos conturbados e de indefinições, em que as sucessivas direcções do Comité não puderam ou não souberam dar sequência aos bons auspícios dos primeiros anos, é de toda a justiça realçar e aplaudir o trabalho dos seus actuais responsáveis.
A questão fundamental é perceber como é que um festival de folclore nascido e criado no meio do Atlântico, nos Açores, contra todos os condicionalismos por demais conhecidos, conseguiu (com altos e baixos, é certo) sobreviver e, prestes a completar um quarto de século, demonstrar tamanha pujança. Esta questão é tão mais pertinente quando temos notícia de inúmeros festivais no continente, alguns deles carismáticos, que se vão afogando na sua própria saliva.
Claro que um empreendimento com a dimensão do evento deste ano não acontece do nada: tem atrás de si uma história, uma longa história, ela própria mais antiga do que o próprio festival.
Com efeito de 1 a 29 de Agosto de 1981 decorreram em Angra do Heroísmo, no Jardim Duque da Terceira, as “Primeiras Jornadas de Folclore da Ilha Terceira”, organizadas pelo realizador do programa “Nocturno 81” do Rádio Clube de Angra João Manuel Aranda e Silva. Neste evento participaram os Grupos Folclóricos Terceirenses: Doze Ribeiras, de Balhos e Cantares, Os Bravos, Canção Regional Terceirense e Sapateia Açoriana.
Sobre este acontecimento a imprensa escrita de então refere: “Foram enfim, jornadas que encheram de povo o jardim. Que agradaram a todos e até especialmente no último sábado – aos estrangeiros que por aqui passaram. A julgar pela opinião de todos os grupos é uma iniciativa a dar seguimento. E até porque não o embrião de um futuro festival de folclore?...” (DI de 1 de Set. de 1981).
No ano seguinte “Mais de duas mil e quinhentas pessoas encheram… a Praça de Touros de S. João, onde assistiram ao encerramento das Segundas jornadas Folclóricas Verão 82,… Em jeito de conclusão, merecem nota máxima estas jornadas. Porque se destinam a preservar a cultura popular e a aproximar o povo. …” (DI 24 de Agosto de 1982).
Depois do sucesso alcançado com estas Jornadas, embrião do Festival Internacional de Folclore dos Açores, manifestado sobretudo pela aderência popular, não era difícil adivinhar que este projecto, que crescia de audácia na mesma medida do entusiasmo dos seus colaboradores, tinha pernas para andar.
Porquê?
Porque o seu fundador e primeiro impulsionador, Aranda e Silva sugeria já uma estrutura básica e uma orgânica alicerçada em 5 aspectos fundamentais: 1- tinha objectivos; 2- percebia-se já uma organização directiva funcional; 3- tinha definido uma data de referência – 15 de Agosto – em torno da qual se construía todo o programa; 4- tinha em atenção questões de pormenor, tais como as condições de palco, de som, de cenário, etc; 5- tinha espírito crítico e de análise.
Por outro lado soube cultivar a ideia de que este seria o Festival de Folclore por excelência de todos os Grupos da Ilha, evitando-se assim a proliferação, vulgarização e a banalização dos festivais. Esse entendimento, que perdurou entre nós até há bem pouco tempo, não só conseguiu aquele objectivo como também concentrou nele todos os esforços e disponibilidades que fluíam dos próprios Grupos.
As expectativas criadas o ano passado e reforçadas com as deste ano de 2007, elevaram para bem mais alto a fasquia do Festival do próximo ano.
A eminente inclusão do Festival na lista do CIOF, batalha travada arduamente pela actual estrutura directiva do COFIT, vem dar outra responsabilidade aos seus organizadores. A concretizar-se, esta inclusão acontece por mérito próprio e não a troco de qualquer favor
O que queremos e fazemos votos é que, apesar das mudanças directivas que se irão verificar no COFIT num futuro próximo por via de eleições que estão marcadas para o fim deste ano, o próximo Festival Internacional de Folclore dos Açores mantenha a qualidade conseguida nos últimos três anos e continue a ser, (porque não dizê-lo?), “O Maior Festival de Folclore dos Açores" http://www.youtube.com/watch?v=2WNWgvPLhC8&eurl
Depois de alguns anos mais ou menos conturbados e de indefinições, em que as sucessivas direcções do Comité não puderam ou não souberam dar sequência aos bons auspícios dos primeiros anos, é de toda a justiça realçar e aplaudir o trabalho dos seus actuais responsáveis.
A questão fundamental é perceber como é que um festival de folclore nascido e criado no meio do Atlântico, nos Açores, contra todos os condicionalismos por demais conhecidos, conseguiu (com altos e baixos, é certo) sobreviver e, prestes a completar um quarto de século, demonstrar tamanha pujança. Esta questão é tão mais pertinente quando temos notícia de inúmeros festivais no continente, alguns deles carismáticos, que se vão afogando na sua própria saliva.
Claro que um empreendimento com a dimensão do evento deste ano não acontece do nada: tem atrás de si uma história, uma longa história, ela própria mais antiga do que o próprio festival.
Com efeito de 1 a 29 de Agosto de 1981 decorreram em Angra do Heroísmo, no Jardim Duque da Terceira, as “Primeiras Jornadas de Folclore da Ilha Terceira”, organizadas pelo realizador do programa “Nocturno 81” do Rádio Clube de Angra João Manuel Aranda e Silva. Neste evento participaram os Grupos Folclóricos Terceirenses: Doze Ribeiras, de Balhos e Cantares, Os Bravos, Canção Regional Terceirense e Sapateia Açoriana.
Sobre este acontecimento a imprensa escrita de então refere: “Foram enfim, jornadas que encheram de povo o jardim. Que agradaram a todos e até especialmente no último sábado – aos estrangeiros que por aqui passaram. A julgar pela opinião de todos os grupos é uma iniciativa a dar seguimento. E até porque não o embrião de um futuro festival de folclore?...” (DI de 1 de Set. de 1981).
No ano seguinte “Mais de duas mil e quinhentas pessoas encheram… a Praça de Touros de S. João, onde assistiram ao encerramento das Segundas jornadas Folclóricas Verão 82,… Em jeito de conclusão, merecem nota máxima estas jornadas. Porque se destinam a preservar a cultura popular e a aproximar o povo. …” (DI 24 de Agosto de 1982).
Depois do sucesso alcançado com estas Jornadas, embrião do Festival Internacional de Folclore dos Açores, manifestado sobretudo pela aderência popular, não era difícil adivinhar que este projecto, que crescia de audácia na mesma medida do entusiasmo dos seus colaboradores, tinha pernas para andar.
Porquê?
Porque o seu fundador e primeiro impulsionador, Aranda e Silva sugeria já uma estrutura básica e uma orgânica alicerçada em 5 aspectos fundamentais: 1- tinha objectivos; 2- percebia-se já uma organização directiva funcional; 3- tinha definido uma data de referência – 15 de Agosto – em torno da qual se construía todo o programa; 4- tinha em atenção questões de pormenor, tais como as condições de palco, de som, de cenário, etc; 5- tinha espírito crítico e de análise.
Por outro lado soube cultivar a ideia de que este seria o Festival de Folclore por excelência de todos os Grupos da Ilha, evitando-se assim a proliferação, vulgarização e a banalização dos festivais. Esse entendimento, que perdurou entre nós até há bem pouco tempo, não só conseguiu aquele objectivo como também concentrou nele todos os esforços e disponibilidades que fluíam dos próprios Grupos.
As expectativas criadas o ano passado e reforçadas com as deste ano de 2007, elevaram para bem mais alto a fasquia do Festival do próximo ano.
A eminente inclusão do Festival na lista do CIOF, batalha travada arduamente pela actual estrutura directiva do COFIT, vem dar outra responsabilidade aos seus organizadores. A concretizar-se, esta inclusão acontece por mérito próprio e não a troco de qualquer favor
O que queremos e fazemos votos é que, apesar das mudanças directivas que se irão verificar no COFIT num futuro próximo por via de eleições que estão marcadas para o fim deste ano, o próximo Festival Internacional de Folclore dos Açores mantenha a qualidade conseguida nos últimos três anos e continue a ser, (porque não dizê-lo?), “O Maior Festival de Folclore dos Açores" http://www.youtube.com/watch?v=2WNWgvPLhC8&eurl
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