No segundo domingo do mês de Novembro é costume fazer-se o peditório para o Bodo do Domingo da Trindade do Império de S. Luís. Este ano cumprir-se-há a tradição. Para tal já estão organizados os mordomos e seus ajudantes para percorrerem, a pé e de porta em porta, toda a freguesia de S. Bento.
Há alguns anos atrás este peditório era feito com um carro-de-bois enfeitado com ramos de faia da terra e bandeiras. O contributo dos irmãos era, sobretudo, constituído por productos da economia agricola familiar: milho, abóboras, feijão, batata doce e da terra, coelhos , galinhas, etc. que eram acomodados de forma criteriosa dentro da "sebe". Para os ovos, que também abundavam, levava-se um cesto de vimes acalchoado com verduras. O resultado do peditório era depois arrematado junto ao Império.
Em Lisboa, em meados do sec. XIX, conforme a "estampa" de João Palhares (1810 -1875), depositada na Biblioteca Nacional com data de 1850, também se pedia para a Festa do Espírito Santo. À excepção da gaita de foles, todos os outros elementos representados nesta iconografia, são-nos familiares: a opa, a bandeira, a saca vermelha e até o rapaz transportando a cesta dos ovos.
No próximo domingo os únicos adereços que os mordomos levarão serão as "sacas" vermelhas, suficientes para guardar e transportar o resultado da coleta e bastantes para fazer crer tratar-se de uma "comissão de império" que anda a fazer o peditório para a festa do Espírito Santo.
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