É frequente, nas formas de expressão popular – cantigas, adágios, rifões, etc.-, o povo denunciar a sua predilecção, simpatia ou antipatia pela cor dos olhos, e por ela fazer uma avaliação, embora não unânime, dos predicados morais do seu portador.
Para uns “olhos verdes: onde os virdes fugi deles” ou “olhos verdes, olhos de traidor” como lemos na colecção de provérbios de Perestrelo da Câmara.
A mesma opinião teve quem, sobre os olhos verdes cantou:
Olhos verdes não os quero
Pois são sinais de traição…
Dizem esperanças à vista
Tristezas ao coração
e ainda esta
Os teus olhos verdes, verdes
São duas grandes mentiras;
O verde é cor d’esperança
E tu a esp’rança me tiras
Desta antipatia aos olhos verdes discorda D. Francisco Manuel de Melo, (Lisboa, 23 de Novembro de 1608 – 24 de Agosto de 1666):
“Vossês são os que se agastam, nós é que podíamos queixar-nos; porque quem não gosta de uns olhos verdes, não tem bom gosto” escreveu ele na terceira parte da segunda fábula da sua “Feira de Annexins”.
Ainda sobre os olhos verdes
Olhos verdes, cor de esp’rança
Olhos verdes, cor do mar
Quem tem amores é criança
Sou criança por te amar
Também para os “olhos azuis” encontramos referências pouco abonatórias no adagiário português: “olhos azuis em gente portuguesa, é má natureza” ou ainda “olho azul em português, é má rês”.
Os olhos pretos são também acusados de infidelidade, a dar fé às seguintes quadras populares:
Quem diz ser de gala o preto
Entende pouco de cores;
Eu amei dois olhos pretos
Ambos me foram traidores
Teus olhos, contas escuras
São duas Ave-Marias,
Dois Rosários de amarguras
Que rezo todos os dias
No entanto são bem mais condescendentes para os olhos de cor negra as seguintes quadras que o povo canta:
Graças a Deus que chegou,
É chegado não sei quem…
Chegaram dois olhos pretos
A que os meus querem bem
Menina do lenço preto
E olhos da mesma cor,
Diga a seu pai que a case,
Eu serei o seu amor
Os teus olhos, negros, negros,
São como a noite fechada:
Apesar de serem negros,
Sem eles não vejo nada.
Olhos merecedores de plena confiança são os castanhos:
Olhos pretos são falsos
Os azuis são lisonjeiros
Os olhos acastanhados
São os leais verdadeiros
Olho branco é que convém não ter:
“Olhos brancos em cara portuguesa, ou filho de potra ou da natureza”
Para uns “olhos verdes: onde os virdes fugi deles” ou “olhos verdes, olhos de traidor” como lemos na colecção de provérbios de Perestrelo da Câmara.
A mesma opinião teve quem, sobre os olhos verdes cantou:
Olhos verdes não os quero
Pois são sinais de traição…
Dizem esperanças à vista
Tristezas ao coração
e ainda esta
Os teus olhos verdes, verdes
São duas grandes mentiras;
O verde é cor d’esperança
E tu a esp’rança me tiras
Desta antipatia aos olhos verdes discorda D. Francisco Manuel de Melo, (Lisboa, 23 de Novembro de 1608 – 24 de Agosto de 1666):
“Vossês são os que se agastam, nós é que podíamos queixar-nos; porque quem não gosta de uns olhos verdes, não tem bom gosto” escreveu ele na terceira parte da segunda fábula da sua “Feira de Annexins”.
Ainda sobre os olhos verdes
Olhos verdes, cor de esp’rança
Olhos verdes, cor do mar
Quem tem amores é criança
Sou criança por te amar
Também para os “olhos azuis” encontramos referências pouco abonatórias no adagiário português: “olhos azuis em gente portuguesa, é má natureza” ou ainda “olho azul em português, é má rês”.
Os olhos pretos são também acusados de infidelidade, a dar fé às seguintes quadras populares:
Quem diz ser de gala o preto
Entende pouco de cores;
Eu amei dois olhos pretos
Ambos me foram traidores
Teus olhos, contas escuras
São duas Ave-Marias,
Dois Rosários de amarguras
Que rezo todos os dias
No entanto são bem mais condescendentes para os olhos de cor negra as seguintes quadras que o povo canta:
Graças a Deus que chegou,
É chegado não sei quem…
Chegaram dois olhos pretos
A que os meus querem bem
Menina do lenço preto
E olhos da mesma cor,
Diga a seu pai que a case,
Eu serei o seu amor
Os teus olhos, negros, negros,
São como a noite fechada:
Apesar de serem negros,
Sem eles não vejo nada.
Olhos merecedores de plena confiança são os castanhos:
Olhos pretos são falsos
Os azuis são lisonjeiros
Os olhos acastanhados
São os leais verdadeiros
Olho branco é que convém não ter:
“Olhos brancos em cara portuguesa, ou filho de potra ou da natureza”
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