segunda-feira, 6 de julho de 2009

PRÉMIO LEMNISCATA

Só por amizade de alguém detentor de uma imensurável generozidade se explica a atribuição de uma distinção a este modesto espaço da blogosfera. Mesmo tratando-se do "Prémio Lemniscata". No entanto aceito-o com o mesmo orgulho de quem acaba de receber um "Óscar".

Assim, para cumprimento das obrigações que a aceitação do galardão exige:

1 - afixo o respectivo "selo";

2 - atribuo, por merecimento, esta distinção aos seguintes blogues:
Conversando...
COISAS DO ARCO-DA-VELHA
MODULAR VIDEO
TRADICIONALIS
BAÚ DO CANTIGUEIRO

3 - e respondo à questão: Homo sapiens (prefiro homem sábio) é um título criado pela presunção humana colocando-se acima de todas as criaturas e de todas as sabedorias.

terça-feira, 30 de junho de 2009

JULHO E SEUS SANTOS ADVOGADOS

De uma lista coligida por Thomás Pires e publicada noVol. IV da Revista Lusitana:

Dia 5 - O Bemaventurado Miguel dos Santos - advogado contra os cancros e tumores.

22 - S. Platão - advogado e libertadoe dos captivos.

23 - S. Apollinario - advogado contra as quebraduras;
S. Libório - advogado contra a dor da pedra.

25 - S. Christovão - advogado contra o fastio;
S. Tiago - advogado contra os perigos da guerra.

28 - S. Anna - advogada contra a esterilidade dos casados.

29 - S. Martha - advogada contra a lagarta e pulgão das vinhas.

31 - S. Ignácio de Loyola - advogado contra os partos perigosos.

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quarta-feira, 20 de maio de 2009

OS TERÇOS


Nestas semanas que antecedem os “Bodos” temos andado por aí a “cantar o terço” ao Divino Espírito Santo. Esquecida durante muito tempo, esta tradição foi reavivada e reintroduzida no cerimonial das Festas ao Divino, aqui na ilha Terceira, pelo Grupo de Baile da Canção Regional Terceirense.
Esta tradição, a que já nos referimos em outro texto publicado a 11de Março de 2008, terá como provável responsável da sua introdução nos Açores o Padre António Vieira.
“Cantar o terço”não é uma tradição exclusiva dos Açores e, muito menos, da devoção ao “Divino”.
Na “Memória Histórica da Villa de Barcelos”, de Domingos José Pereira, Viana 1867, p.36, lê-se:
“Antigamente, e ainda há trinta anos, os vizinhos da Porta-Nova, e principalmente os mercadores por ali estabelecidos, todas as noites cantavam devotamente o terço, em culto público àquela imagem de Nossa Senhora da Abadia”.
Leite de Vasconcelos, nas suas inúmeras viagens pelo país, ouviu em Mondim, na Beira Alta, “cantar o terço” e dele faz a seguinte descrição:
“Para cantarem o terço, formam-se de noite, em certos sítios centrais, vários magotes de mulheres, nos quais às vezes também entram homens; um magote canta em coro o Padre-Nosso até ao meio, e o outro magote canta em resposta o resto; depois fazem o mesmo para a Ave-Maria: e assim se tem o terço inteiro. Isto dura toda a Quaresma”.
O “terço”, qualquer que seja a circunstância em que é rezado ou cantado, é um conjunto de cinco “mistérios” sendo que cada um consta de um “Padre-Nosso” e dez “Ave- Marias”. A forma de o cantar varia consoante a localidade, a motivação e a Ilha.
Seria um trabalho interessante proceder-se à recolha de todas as variantes conhecidas.
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segunda-feira, 4 de maio de 2009

CONSELHOS E CONCELHOS

Na edição de 1917 do “Almanaque dos Açores”, li o seguinte artigo com o título “Um Punhado de Conselhos” cujo objectivo era não só o de contribuir para uma vida mais saudável dos leitores mas também o de lhes moldar o carácter aproximando-os da perfeição:

“1º - Arranjar uma ocupação regular em coisas úteis.
2º - Não viver na ociosidade, nem levar o trabalho ou prazer até à fadiga.
3º - Evitar os desgostos fugindo das aventuras arriscadas.
4º - Quando, apesar de tudo, os desgostos vierem, nunca se deixe abater pela adversidade: mas lutar sempre contra ela encarando a situação pelo melhor lado. Não há desgraça que não tenha algum lado bom.
5º - Comer, moderadamente, coisas simples e fugir dos petiscos e dos cozinheiros bons.
6º - Deitar cedo e levantar cedo.
7º - Lavar todos os dias o corpo em água fria para melhor se habituar a resistir aos resfriamentos súbitos da atmosfera.
8º - Viver num ar puro, ventilando a habitação e o quarto de dormir.
9º - Apanhar um pouco de sol todos os dias, quando houver bom tempo.”

E concluía o artigo:

“Tudo isto se resume ainda em alimentar, exercitar e defender o corpo no limite das suas forças.
Quem seguir à risca estes preceitos não pode ser mau.
Para criar boas pessoas (bons cidadãos, bons chefes de família, bons filhos e bons cristãos), preparemos bons higienistas práticos.”

Então lembrei-me do meu amigo Chico Chora.

Chico Chora, para quem não o conheceu, era um discípulo fanático de Baco: todos os dias lhe prestava homenagem até à exaustão. O dia para este meu amigo começava ao balcão do primeiro café a abrir as portas todas as manhãs em Angra: o “Aliança”. Certo dia muito cedo, ainda o sol não nascera, estava o Chico, como de costume, já com a folha de serviço adiantada. Com os óculos em equilíbrio na ponta do nariz e entre cada “golo” o Chico ia respondendo, de forma automática e com um som imperceptível, aos cumprimentos matinais dos habituais clientes.
- Oh Chico! A estas horas e já estás dessa forma! – Disse um a dar uma de moralista.
Com um gesto suave e meigo o Chico levou novamente o copo à boca e, parecendo dar-lhe um beijo, voltou a desce-lo até ao balcão. Com o indicador tentou recolocar os óculos no sítio. Deu meia volta e encarou de frente o “provocador”.
- Quem és tu para me vires dar conselhos? - disse o Chico com voz alta, pausada e pastosa.
Um silêncio inesperado invadiu o barulhento café.
Tomou folgo e, quando todos julgavam que a conversa ficava por ali, levantou novamente a voz e concluiu:
- Mas…se me quiseres dar algum concelho dá-me o de Santa Cruz da Graciosa porque é o que tem melhor vinho!

E lá voltou, com o seu ar bonacheirão, ao cerimonial interrompido enquanto uma estridente gargalhada perturbava o silêncio matinal da Praça Velha.

Até sempre, Chico!
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domingo, 3 de maio de 2009

DIA INTERNACIONAL DO SOL


A moda d' O Sol (ou "Lundum") é uma das mais belas do rico cancioneiro popular da Ilha Terceira.
Com ela, através das suas quadras, associamo-nos ao Programa das Nações Unidas para o Ambiente, que hoje comemora o "Dia do Sol".




O sol apareceu brilhando
Par fazer inveja à lua
Mas ao brilho dos teus olhos
A vitória foi só tua

O sol perguntou à lua
Se o queria namorar
Por não saber que o meu bem
Mais que ninguém sabe amar

Numa versão imortalizada pelo José da Lata mas também cantada por Adriano Correia de Oliveira e Zeca Afonso.

O sol "preguntou " à lua
Quando havia amanhecer
À vista dos olhos teus
Que vem o sol cá fazer?

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quinta-feira, 30 de abril de 2009

OBAMA NA TERCEIRA


O presidente dos Estados Unidos Barack Obama escolheu os Açores, e em particular a ilha Terceira, para comemorar o 1º de Maio. Fez-se acompanhar do seu inseparável Bo, o cão de água português inquilino da Casa Branca.

Perante a tranquilidade que encontrou nas ilhas o presidente dispensou todos os seus seguranças que aproveitaram para descansar à sombra de uma árvore (ao fundo na foto).

A tradição mantem-se na Escola Básica Integrada de Angra do Heroísmo.

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segunda-feira, 20 de abril de 2009

O INVENTOR DO TEAR


Estando Satanás às voltas em como ocupar o tempo, pôs-se a inventar. Foi engendrando várias peças que, juntas, formaram uma máquina esquisita que baptizou de "tear". Dispôs-se então belzebu a tecer o primeiro pano mas, todas as vezes que tentava passar a “lançadeira” por entre a “urdidura”, a “canela” saltava-lhe fora. Impaciente como é, e perante o insucesso da sua invenção, o mafarrico pô-la de parte e nunca mais pensou nela.
Um dia S. José, que era carpinteiro, foi chamado a uma casa para exercer a sua arte e deparou-se com uma armação estranha, que nunca antes tinha visto. Curioso, perguntou para que servia. Responderam-lhe qual a sua finalidade mas que não era possível executá-la porque…e lá explicaram a deficiência a S. José. Pôs-se então o Patrono dos carpinteiros a cismar. Desmontou todas as peças da “máquina”. Estudou-as uma a uma e, algum tempo depois encontrou a solução para o problema: a “broca” – uma pequena peça que, introduzida nos dois extremos da cavidade da “lançadeira”, impedia e saída da “canela”.
Ofereceu então S. José o tear a Nossa Senhora que, a partir de então, passou a utilizá-lo para tecer todos os panos que haviam de vestir Nosso Senhor.

Assim reza a lenda!
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sexta-feira, 17 de abril de 2009

MESTRE SERAFIM


Serafim Tomás do Canto nasceu em Angra do Heroísmo a 12 de Março de 1844.
Mestre Serafim, como era conhecido, foi aquilo a que podemos chamar um "homem bom". Senhor de uma inteligência acima da média viveu sempre à margem dos cânones sociais vigentes e do “politicamente correcto”. Este facto não o impedia de ser merecedor do respeito, admiração e da atenção de todos.
Mestre Serafim, artista multifacetado, autodidacta, destacou-se principalmente como construtor e animador de fantoches e como “músico-afinador” e construtor de instrumentos musicais.

Como “bonecreiro” ficaram famosos três conjuntos que provocavam o delírio das assistências, maioritariamente constituídas por crianças: o presépio, a praça de touros e o circo.
Para além das inevitáveis figuras, o presépio era constituído por diversos “quadros” que, por si só, eram uma atracção: “os dançarinos” representando oito pares que, ao som das “modas” de então, executavam um movimento circular, marcando o compasso com os pés; o “grupo dos três cegos” dois executando viola e o terceiro guitarra; a “procissão do triunfo”, onde não faltavam as imagens da praxe com o Anjo do Triunfo à frente, o padre e as restantes personagens; “o homem dos sete instrumentos” que tocava “bandurra”, gaita de boca, caixa de rufos, bombo, pratos e guizos, tudo accionado de forma habilidosa para produzir som em simultâneo. Todo este conjunto era accionado por uma manivela que, ligada às figuras por complicadas engrenagens, lhes conferia os movimentos pretendidos.
A “praça de touros” era um espectáculo de fantoches sempre muito aplaudido. Aqui não faltava nada: um cavaleiro, três toureiros, um forcado toiros e o público, e eram representadas todas as sortes, todas elas coroadas com fortes e entusiásticos aplausos.
Por essa altura havia passado em Angra, com muito sucesso, a Companhia de Cavalinhos Nava, uma companhia de circo. Logo Mestre Serafim, elegendo aqueles artistas que mais agrados haviam deixado, tratou de lhes fazer cópia e montou, ele próprio, o seu circo, onde não faltavam números de acrobatas, trapezistas, equilibristas e os inevitáveis palhaços.

Mestre Serafim será para sempre lembrado como um genial construtor de instrumentos. Os de cordas eram verdadeiras obras-primas: a divisão da escala era feita com mestria inultrapassável proporcionando um afino impecável; as madeiras e as colas, aliadas, porventura, a segredos intransmissíveis, proporcionavam às caixas de ressonância excelentes resultados acústicos. Construía também, com bom desempenho, realejos de manivela e afinava qualquer instrumento musical com a perícia própria dos mais entendidos.

Viveu Mestre Serafim com o seu inseparável companheiro – um velho realejo – distribuindo alegria a troco de sorrisos.

Até que a morte os separou a 26 de Janeiro de 1925.
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terça-feira, 14 de abril de 2009

OUTRA VEZ LACERDA

Em 1899, na cidade de Paris, foi criada a Associação Internacional de Folcloristas. A novel associação tinha como principal objectivo a “recolha da música popular de todos os países civilizados”. Foi seu fundador e principal entusiasta, nem mais nem menos, o açoriano jorgense Francisco Lacerda.


Francisco Inácio da Silveira de Sousa Pereira Forjaz de Lacerda nasceu na Ilha de São Jorge, Açores, 1869 e faleceu em Lisboa a 18 de Julho de 1934). Frequentou o Liceu de Angra do Heroísmo e o do Porto tendo acabado por se fixar em Lisboa onde se matriculou no Conservatório Nacional. Em 1895 parte para Paris como bolseiro do Estado. Passa pelo Conservatório, trabalha com Pessard (harmonia), Bourgault-Ducoudray (história da música), Liber (contraponto) e Widor (contraponto e orgão). Em 1897 dá-se o importante ingresso na Schola Cantorum, o que significa o prosseguimento dos estudos de composição com Vincent d'Indy, e de orgão com Guilmant. Descobrindo no discípulo excepcionais qualidades de maestro, Vincent d'Indy escolhe-o para seu substituto na classe de orquestra.
Depois de uma estada nos Açores, onde faz as primeiras recolhas folclóricas, Francisco de Lacerda volta para a capital francesa, em 1900. Membro do júri da Exposição Universal, colabora com Ressano Garcia, comissário régio, e António Arroio, delegado do Ministério do Fomento, na organização da representação portuguesa. Em 1904 foi nomeado Director dos Concertos do Casino de La Baule. Em 1905 funda a Associação dos Concertos históricos de Nantes, que dirige até 1908. Em 1912-1913 dirige os Grandes Concertos Clássicos de Marselha, cargo que torna a exercer de 1925 a1928. O período de1913 a 1921 é passado principalmente nos Açores onde continua os seus estudos de folclore e se dedica à composição. Em 1921 fixa-se em Lisboa, onde funda a Filarmonia de Lisboa com a qual realiza concertos memoráveis no Teatro de São Carlos e também no Teatro de São João no Porto. No entanto o clima político da época não é propício e a breve trecho é sustida a acção da Filarmonia, mesmo contra o protesto de personalidades como: António Sérgio, António Arroio, Raul Brandão, Raul Proença, Columbano, Oliveira Ramos, Lopes Vieira, Malheiro Dias, Aquilino Ribeiro, Eugénio de Castro, Reinaldo dos Antos, Pulido Valente e Trindade Coelho, que subscrevem o manifesto, de solidariedade para com o músico, intitulado “Um Crime”. Desgostoso Lacerda parte para França tendo aí continuado a sua actividade de regente em Paris, Nantes, Toulouse, Angers e, sobretudo, Marselha. Em 1928, doente, abandona Marselha e regressa a Lisboa. Prossegue o seu trabalho de folclorista e de investigador da música popular portuguesa. O legado de Francisco Lacerda inclui os quadros sinfónicos “Almourol” e “Álcacer”, música de cena para “A Intrusa”, de Maeterlink, música de bailados, peças para órgão, piano, guitarra, prelúdios para trio e quarteto de cordas, além de uma série de “ Trovas” para voz e piano, entre outras.

terça-feira, 7 de abril de 2009

REQUIEM POR UMA TORRE OU O ILHÉU, AS MOSCAS E O HOMEM DAS PENEIRAS

A casa do meu avô, virada a oeste, tinha uma vista privilegiada para o “ilhéu grande” a que outros chamam “das cabras”. Era para lá que meu avô dirigia o olhar quando, logo aos primeiros alvores da manhã, dava inicio à sua rotina diária invariavelmente preenchida com actividade agrícola. Desse olhar dependia a organização dos afazeres: se as “grotas” do ilhéu “luzissem” era previsível que, mais hora menos hora, chovesse. Esta previsão podia ser corroborada pela minha avó que, já de véspera, havia notado que as moscas andavam “pegajosas” ou que o lume não queria pegar.
Não vou garantir, porque não me lembro, se estas previsões eram mesmo infalíveis. Agora o que posso afiançar é que se a tudo isto se juntasse o pregão “meeerca as peneeeiras” aí já não restavam dúvidas: era chuva de os cães beberem em pé.
Nunca cheguei a saber que pacto é que o “homem das peneiras” tinha com S. Pedro. Como também não sei se só funcionava quando vinha da Agualva ao Porto Judeu vender aquilo que ele próprio fabricava.
O “homem das peneiras” morreu, julgo eu, sem deixar quem o substituísse neste serviço de utilidade pública, as moscas foram dizimadas pelo DDT dos americanos e o petróleo, primeiro, depois o gás, vieram apagar as últimas brasas do fogão da minha avó. Só resta o “ilhéu” como memória desta sabedoria que a ciência não consegue explicar.
Até ao dia em que alguém o mande derrubar.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O ABALO


Desta feita foi em Abril. No primeiro dia, passavam 5 minutos das 6. Um forte safanão fez-me saltar da cama com a sensação de ter levado um valente choque eléctrico. Ainda pensei ser uma peta. Mas não. Era mesmo um abalo de terra, daqueles que nos fazem sismar.
Impotente perante as forças da natureza e, tal como me tinham ensinado, pus as mãos, fechei os olhos e recitei em voz baixa:

Oh! São Francisco de Borja
Pelo vosso condão
Peça a Jesus
Que não trema o chão.
O chão não trema
Nem há-de tremer
A Virgem Maria
Nos há-de valer.
Oh! Virgem tão boa
Oh! Virgem tão bela
Livrai-nos do fogo
E dos abalos da terra.

E fiquei à espera das réplicas.
Nem uma!


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sábado, 4 de abril de 2009

A TEIA E A ARANHA


Quando S. José, Nossa Senhora e o Menino Jesus fugiam para o Egipto, e na eminência da sua captura pelos soldados de Herodes, encontraram refúgio numa gruta. Uma aranha teceu uma teia na entrada, dissimulando-a, impedindo assim que os perseguidores cumprissem as ordens do tirano. Nossa Senhora abençoou então a aranha e a sua teia.
A partir de então:
Matar ou desmanchar uma teia de aranha pode trazer azar para quem o faz.
Uma teia de aranha é sinal de felicidade e de fortuna. É também uma excelente armadilha para exterminar moscas, mosquitos e outros insectos nocivos.
A teia de aranha também tem efeitos curativos e anti-hemorrágicos. Por exemplo: posta sobre a ferida de uma “topada” faz estancar o sangue e acelera a cicatrização.

Depois veio a ASAE e mandou matar todas as aranhas.

Agora percebo porque não consigo acertar no euro milhões; a felicidade anda pelas ruas da amargura; a fortuna foi engolida pela crise e o número de insectos aumentou exponencialmente. Quanto à topada, resta-nos o consolo de que, não havendo teias de aranha, podemos sempre optar por ir engrossar as filas de espera de qualquer serviço de urgência hospitalar.




O "AGREIRO"


Pode acontecer a qualquer um: entrar um “agreiro” num olho.

Para uns é incómodo e prejudica a visão. Para outros até serve de desculpa para não verem aquilo que é evidente.

Para ambos, aqui vai a receita: pega-se na pálpebra como quem belisca e, puxando e relaxando alternada e levemente ao ritmo silábico, diz-se: passa, passa cavaleiro lá para as bandas do outeiro, vai dizer a Nossa Senhora, que te tire este “agreiro”.
Remédio santo.
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quarta-feira, 1 de abril de 2009

SEMPRE LEAL


No 1º dia de Abril de 1643, por alvará régio de D. João IV, foi concedido à cidade de Angra do Heroísmo o título de Sempre Leal.


ABRIL E SEUS SANTOS PROTECTORES



De uma lista coligida por A. Thomáz Pires publicada na Revista Lusitana Vol.IV em 1896.

Dia 2 – S. Francisco de Paula – advogado da sucessão masculina e de água nos lugares secos;

5 – S. Vicente Ferrer – advogado contra as dores de cabeça;

14 – S. Pedro Gonçalves Telmo – advogado contra os perigos do mar;

23 – S. Jorge – defensor do Reino e patrono dos barbeiros e armeiros;

29 – S. Pedro, mártir – advogado contra a pedra que destrói as sementeiras.